Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Espessura cortical pode ser a chave para diagnóstico precoce da doença de Alzheimer.

O problema é conhecido há vários anos. Quando os pesquisadores tentaram determinar de maneira precoce a doença de Alzheimer, a partir de imagens do cérebro, a variabilidade entre indivíduos mostrou-se muito importante para que fossem elaboradas simples regras de detecção.

Assim, o volume do hipocampo - zona privilegiada da memória e principal zona lesada pela doença - pode ser, paradoxalmente, menor em um indivíduo sadio do que em um doente. Sendo bastante imprecisa essa medida, os pesquisadores da equipe de Pierre Celsis (INSERM - Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, França) estudaram outro critério: a espessura cortical.

O córtex, ou substância cinza, contém as células nervosas ou neurônios que subjazem às funções cognitivas, sensoriais e motrizes. Contrariamente ao volume do hipocampo, a espessura do córtex varia pouco entre os indivíduos. Considerando-se que a doença de Alzheimer afeta certas zonas corticais mais do que outras, a equipe determinou aquelas mais sensíveis à doença. A medida da espessura média destas permite deduzir se o paciente examinado evoluirá em um futuro próximo para uma doença de Alzheimer.

Os dados examinados provêm de uma vasta amostra americana cujos sujeitos, acompanhados durante dois anos e apresentando distúrbios leves de memória, são susceptíveis de evoluir, em uma proporção impossível de ser determinada no início, para uma doença de Alzheimer.





Vista em corte de uma MRI da espessura cortical de um sujeito são (à esquerda) e de um paciente que apresenta a doença de Alzheimer (à direita).

Créditos: INSERM.


Os trabalhos dos pesquisadores do INSERM permitiram mostrar que a medida da espessura cortical a partir do exame IRM (Imagem por Ressonância Magnética) praticado no início do tratamento prediz corretamente, três em quatro vezes (76% de predições exatas), a evolução do paciente em dois anos. Como é provável que, no decorrer de um período de acompanhamento mais longo, um maior número de pacientes "suspeitos" evolua para a doença, o teste oferece verossimilmente um poder de predição ainda melhor a mais longo prazo. O aporte da técnica proposta é particularmente importante para os pacientes que têm um alto nível de educação porque, nestes, a "reserva cognitiva" mascara por muito tempo a progressão da doença.

O método proposto permite detectar precocemente estes pacientes. O programa desenvolvido pelos pesquisadores deve ser agora validado por um amplo estudo na população geral, a partir das imagens fornecidas por aparelhos de IRM cuidadosamente regulados. Ele poderá, então, indicar ao médico, em menos de 20 minutos, se o paciente é altamente susceptível, ou não, de desenvolver o mal de Alzheimer nos meses ou anos seguintes.

INSERM (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o trabalho que deu origem a esta notícia: "Early diagnosis of Alzheimer's disease using cortical thickness: impact of cognitive reserve", de O. Querbes, F. Aubry, J. Pariente, J. A. Lotterie, J-F. Démonet, V. Duret, M. Puel, I. Berry, J.-C. Fort e P. Celsis, foi publicado on-line na revista Brain, 2009, DOI: 10.1093/brain/awp105.


Assuntos Conexos:

Nanotubos de carbono e mal de Alzheimer: existiria alguma relação?

Mal de Alzheimer: novo medicamento retarda seu progresso.

Vacina contra a doença de Alzheimer feita com tomate. Isso mesmo: to-ma-te!


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco