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NOVIDADES

"Bricolagem bioquímica" produz DNA sintético e... promete !

Em seu livro O que é a vida, Erwin Schödinger tinha definido o caminho a seguir para penetrar nos segredos da informação biológica. Publicado em 1944, seu pequeno livro já introduzia a idéia que devia haver nos cromossomos uma espécie de cristal aperiódico, portador da informação genética.

De fato, pensava Schödinger, para continuar relativamente estável de geração em geração, malgrado às colisões incessantes com as moléculas circulantes nas células (o famoso ruído térmico com o qual mesmo os astrofísicos deviam se inquietar para extrair as informações de sinais gravados por seus instrumentos), os cromossomos deviam ser constituídos de uma montagem de átomos suficientemente significativa.

Tal montagem devia possuir uma certa regularidade para conter informação e, portanto, assemelhar-se a um cristal ordenado. Mas não podia se tratar de um cristal perfeito, pouquíssimo rico em informações e pouco rígido para as transformações biológicas. Donde, um oxímoro de cristal aperiódico empregado por Schrödinger.

Portanto, o programa a ser seguido era claro: "purifique os materiais biológicos, utilize as técnicas de difração de raios-X da cristalografia e deverá descobrir o segredo da hereditariedade e da vida". Foi o que fizeram Watson e Crick, em 1953, baseando-se, entre outras, nas descobertas de Maurice Wilkins e Rosalind Franklin.


Um DNA mais estável

Todo mundo conhece agora a estrutura de dupla hélice do DNA, com suas duas hastes constituídas de uma sucessão de nucleotídeos. Essas bases nitrogenadas, representadas por letras (A para a adenina, G para a guanina, C para a citosina e T para a timina) carregam a informação genética e, entre duas hélices, se associam por pares (T-T e G-C).

Em 1994, Leonard Adleman demonstrou a possibilidade de serem construídos verdadeiros biocomputadores de DNA, bem adaptados para resolver, por cálculos em paralelo, certos problemas difíceis das matemáticas combinatórias (muito longos para serem tratados com um computador clássico). Em 2002, Ehud Shapiro, do Instituto Weizmann (Israel) concebe um primeiro nanocomputador de DNA.

É nessa perspectiva de informática à base de DNA que a performance de Masahiko Inouye e seus colegas, da Universidade de Toyama (Japão), é interessante. Esses químicos japoneses acabam, de fato, de realizar a síntese de um DNA artificial cujos nucleotídeos não são constituídos de bases nitrogenadas de DNA natural. Mais estável e mais facilmente manipulável, esse DNA artificial permitirá realizar mais facilmente e mais eficazmente os biocomputadores.





O novo DNA dos químicos japoneses com novas bases.

Créditos: Masahiko Inouye



Além disso, o "DNA informático" poderia também servir para armazenar a informação, como faz naturalmente. Se contada em bits, a densidade gravada no "coração" das células é absolutamente fenomenal e pode fazer com que se sonhe com um sucessor dos discos rígidos, de capacidades por unidade de superfície (ou de volume) várias ordens de grandeza superiores...

Futura Sciences, 09 de julho, 2008, (Tradução - MIA).


Nota do Scientific Editor: o artigo que deu origem a esta notícia, de título "Artificial DNA Made Exclusively of Nonnatural C-Nucleosides with Four Types of Nonnatural Bases", de autoria de Y. Doi, J. Chiba, T. Morikawa and M. Inouye, foi publicado no Journal of American Chemical Society, Volume 130, pág. 8762-8768, 2008.


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