Laboratório de Química do Estado Sólido
 LQES NEWS  portfólio  em pauta | pontos de vista | vivência lqes | lqes cultural | lqes responde 
 o laboratório | projetos e pesquisa | bibliotecas lqes | publicações e teses | serviços técno-científicos | alunos e alumni 

LQES
lqes news
novidades de C&T&I e do LQES

2021

2020

2019

2018

2017

2016

2015

2014

2013

2012

2011

2010

2009

2008

2007

2006

2005

2004

2003

2002

2001

LQES News anteriores

em foco

hot temas

 
NOVIDADES

Nanopartículas e filmes poliméricos permitem captar água como fazem os escaravelhos no deserto da Namíbia.

Como as combinações futuristas imaginadas por Frank Herbert em seu famoso romance Duna (e no filme de igual sucesso), os escaravelhos da Namíbia são dotados de um sistema de sobrevivência, maravilha da adaptação animal a um dos lugares mais secos do planeta: eles podem captar, com seu corpo, o vapor de água presente no ar e, assim, saciar sua sede.




Escaravelho da Namíbia, também conhecido como Tok-Tokkie.

Créditos: Omniplan


Poderia, um dia, esse mecanismo ser usado pelo homem? Dois pesquisadores americanos, Robert Cohen e Michael Rubner, do Massachusetts Institute of Tecnology - MIT ( EUA), conseguiram recriar artificialmente o fenômeno, a partir de um suporte de vidro e de plástico. Esses trabalhos, publicados na revista Nano Letters, foram financiados pela Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) e pela National Science Foundation (NSF).

Para conseguir água, o escaravelho da Namíbia utiliza a parte rugosa de seu corpo, constituída alternativamente de zonas hidrófobas e hidrófilas. Pela manhã, o inseto se orienta na direção do nevoeiro. O vapor de água contido no ar se acumula na parte hidrófila sob forma de gotas. Estas são coletadas pelos canais hidrófobos inclinados e escorrem progressivamente na direção do orifício bucal do inseto.

Esse mecanismo foi descoberto em 2001 por dois pesquisadores britânicos, Andrew Parker, zoólogo da Universidade de Oxford, e Chris Laurence. Na ocasião, esses cientistas tinham imaginado que seria possível coletar água utilizando as lonas de tendas cuja superfície reproduzia a estrutura mista do escaravelho. Foi partindo dessa idéia que seus colegas americanos prosseguiram com as pesquisas.

Cohen e Rubner mergulharam várias vezes substratos de vidro ou de plástico em soluções de polímeros. Assim, acumularam camadas e conseguiram controlar a porosidade da superfície. Em seguida, acrescentaram nanopartículas de silício para aumentar a rugosidade que segura as gotículas de água. Finalmente, depositaram uma camada de uma substância similar ao Teflon, para tornar o material bastante hidrófobo. Não precisaram, senão, dissolver certas partes do revestimento para criar uma sucessão de zonas hidrófobas e hidrófilas: em ar úmido, as gotas são "presas" na camada porosa e recolhidas sobre a parte lisa.

"Penso que se trata aqui de uma fábrica química do futuro", declara Cohen. "Existe numerosas aplicações que, certamente, nem imaginamos". Os militares pensam, por exemplo, em superfícies autodescontaminantes, capazes de canalizar e recuperar substâncias tóxicas presentes no ar.

Le Monde, 11 novembre 2006 (Tradução - MIA).


Nota do Managing Editor: a ilustração não faz parte do manuscrito original e foi obtida em www.google.com.


<< voltar para novidades

 © 2001-2020 LQES - lqes@iqm.unicamp.br sobre o lqes | políticas | link o lqes | divulgação | fale conosco